segunda-feira, 30 de maio de 2011

O TEMPO É CORRUPTO

Um dia algum insano disse:
-O tempo cura.
E uma meia dúzia se tornou-se seus fieis...


Então eu Ângela Beatriz vós digo:
-O tempo é uma burocracia FDP da qual não podemos protestar.



É meus caros, raros se é que existe leitores, eu acreditei nesse insano, acreditei que o tempo ameniza a bagagem, que anestesicamente nós adormece, que junta toda essa laceração e nós reconstroi. Pois é uma farça, uma mentira da mais chinfrim já ditas nessa terra submissa.
Hoje minha cabeça esta estourando, uma revolta, uma tristeza, uma ressaca.
Ontem 29 de maio de 2011, numa conversa um tanto quanto desagradavel com um velho amigo se é que podemos nós chamar assim, eu me dei conta que não ponho peso no que realmente deve me afetar, ou melhor, eu deixo transparecer que não me abalo pra que tudo possa ficar como está. . . Só que esse "como está" não está bom nem ao menos me satisfaz, pq vou me contentar com migalhas?. . . MIGALHAS foi repetida muitas vezes na conversa, ele teimou em dizer que sou um espirito pobre, uma mulher sujeita a qualquer coisa pra sentir qualquer coisa ou sei lá que bolufas ele queria dizer. É como se tivesse complexo de superioridade e tudo diferente fosse migalhas, só que mesmo avendo uma afeição de ambos os lados não temos nada além de algumas conversas um tanto quanto dinamicas.
A conversa não me afetou até que houve silêncio, então ouvi um berro ensurdecedor, não dizia nada possível de entender, porém dizia o suficiente pra me enlouquecer. Foi como o eco da sua ultima frase dita, na qual dizia:  "Vou esquecer que você não vale uma bala de troco". Foi então que eu senti... senti muito... senti o suficiente pra suicidar algo tão belo que as vezes petulantemente chamei de AMIZADE.
Então colocando os pontos nos is, revendo uma tragetória de anos, indagando cada ponto e virgula e reticencias... Eu Disse: "Boa sorte na sua procura", pois era isso uma procura de sei lá o que, pra sei lá o que, eu só fui uma distração na qual ele idealizou sei lá o que, foi a curva de seu mapa na sua incansável busca ao tesouro.... então rompi o que podemos chamar de contato, já que era algumas conversas em redes sociais, eu sempre coloquei o peso de nossa historia como uma enorme aproximação... Mas nós não somos mais o mesmos e eu não tenho que sentir o mesmo e nada tem que ser igual! E a verdade é que talvez seja,  parei de pensar na parte boa, não somos só bons momentos, não pensei na ressaca doutra hora, levei em conta tudo que ele não precisava dizer, tudo que eu não merecia ouvir, foi evidente que muita coisa existia e outras nunca existiu. . . Ele disse que é homem agora, e que existe limites ou algo do tipo, então existe também pra mim e se existe limite existe exclusão e eu abomino essa palavra....
Sai desse mundo paralelo que jovens chama de net, me deitei no sofá com o controle da televisão em mãos procurando um canal qualquer olhei para o teto observando o arco que divide minha sala dá copa e senti.
A dor de ter feito algo que parecia digno, que parecia ser injusto.
Me vi chegando num velório, ele estava no caixão de madeira não tinha flores ao seu redor ele nem parecia estar morto. Ver ele ali não me fez derramar nenhuma lágrima foi quando em forma de pessoas eu vi elas, cada gargalhada, cada olhar, cada flerte, cada inspiração, cada canção, cada mudança, cada pedaço do que um dia chamamos de nós, eu vi todas elas em pranto e foi então que eu chorei, chorei por vê-las sofrerem . . Então eu senti toda a dor e ainda estou revendo essa cena fazendo com que meus olhos molhem novamente minha face, tentando saber o que dizer ao luto...
E me perguntando, a onde foi parar o tempo? O tempo que curou sua partida? O tempo que crucificou meus sentidos? Onde foi parar aqueles 7 anos de construção...

É o tempo é corrupto.

2 comentários:

  1. Que barra Bia.

    Seu texto ficou ótimo, vamos beber que isso passa. Bjão

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  2. Réplica: http://fagocitandosaopaulo.wordpress.com

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